terça-feira, 31 de janeiro de 2012

meu mundo

ás vezes
não me reconheço
esqueço de ser aquela
transformo meu mundo
me viro do avesso
mergulho no desconhecido
e atravesso a nado
meu outro universo
em versos

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

foi

o que era pra ter sido
e não foi
nunca será
como tempestade
que passa sem precipitar
as nuvens
que uma vez
cruzam o céu
jamais irão voltar

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

re-vivendo

sangrei até viver
quando voltei a ser
estava perdida
tentando descobrir
o sentido
de uma nova vida
voltei melhor
forte e inteira
mesmo deixando lá atrás
alguns pedaços
que agora se reconstroem
se aceitar é aprender
que não existe perfeição
que a felicidade
mora nos detalhes
e que uma das maiores bênçãos
é  a auto absolvição

sede

sedenta de desejo
procuro por teus beijos
quero matar a sede
bebendo tua saliva
lambendo tua língua
então recomeçar
a dança do amor
sem regras
sem pudor

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

meu jeito

meu jeito é uma coisa
assim sem jeito
desajeitado, propositado
que vira charme
um charme ingênuo, natural
às vezes até assusta
mete medo
de tão puro, de tão real
medo bobo
cria do mundo
fêmea, mulher, humana 
não sou de plástico
tenho carne, alma e coração
sou mistério, porém verdade
só não queira me prender
nem duvide do meu saber
viro fera, fico indócil
sou presa só
à minha própria sorte

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

medo

quem tem medo
vive atrasado
pela metade
não vive de verdade
quem te medo
perde o trem
corre atrás do ônibus
não anda de avião
quem tem medo
vive na solidão
desconhece uma paixão
quem tem medo
acha ainda que não
que é sensato
que é razão
quem tem medo
não admira tempestade
não vê o sol nascer
nem a lua aparecer
quem tem medo fere
por medo da dor
prefere o desamor
quem tem medo
esquece
que a vida é curta
que o final é o mesmo
pra quem risca
ou arrisca
VIVER

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Todo

gosto da beleza verdadeira
aquela que faz o olho brilhar

gosto do gosto natural
do açucar e do sal

gosto de coisas inteiras
imensas e intensas

gosto de vida na veia
sangue correndo
coração batendo

gosto de ti assim
semen suor saliva
inteiro pra mim

todo tu
alma e corpo
dentro de mim

sábado, 21 de janeiro de 2012

adormeci

hoje eu acordei assim
nem triste nem feliz
de um jeito meio blasé
tipo: não quero saber

sol no céu azul
nem estou aí
estou nem aqui
acho que adormeci

tem dias que é assim
as emoções correm de mim
deve ser medo ou razão
não importa

hoje quero mesmo
fingir-me de morta

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

um fim

pensando que dominava tudo
vítima da sua própria armadilha
caiu no ostracismo
como um herói esquecido
seus encantos já não eram tantos
suas ideias óbvias
seu discurso barato

pensando que ainda tinha futuro
vítima da sua pretensão
morreu na ilusão
a vida às vezes é cruel
com quem enxerga só o umbigo
brincar com a sorte
pode ser um grande perigo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

magia

todo dia
quando
descubro algo novo
me reinvento
e começo
tudo de novo

truque

cansei de bater a cabeça na parede
de correr pro lado errado
de enxergar tudo virado

cansei de acreditar sozinha
subir até o céu
depois acordar no inferno

cansei de mentiras verdadeiras
de ilusões perdidas
de emoções interrompidas

cansei do acordo unilateral
da entrega desigual
do antinatural

cansei de ficar cansada
e quando esgotada
ver que não valeu a pena

não era nada

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

perder

essa dor no estômago
que traduz o medo de perder
perder mais uma vez
a vida é esse eterno jogo
onde se trava todo dia uma luta
contra o dragão da solidão
solidão de não mais ter
solidão de não mais ver
solidão de não saber
não por opção
mas por uma razão
que ainda não tem
uma boa explicação

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

frio

sem bússola
sem mapa
sem estrela guia
perdida na selva
do dia a dia
tudo é concreto e cinza
até os dias de sol
perderam a cor
procuro desesperadamente
pelo teu calor
não acho
o fogo apagou?
definitivamente
pedra e cimento
não combinam com amor


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

meia luz

um abajur ligado
a meia luz
provei do teu beijo
meu corpo inteiro
estremeceu de desejo
não foi em vão
teu corpo inteiro
de joelhos
me pediu perdão


domingo, 8 de janeiro de 2012

...

que o amor nao falhe
que o coração sare
que dor se cale
que na lembrança
sobreviva
só o que realmente vale

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

sonho

quando o sonho cresce
fica maior que a realidade
esta se reduz em nada
nada de nada
o sonho acena de longe
como um farol no horizonte
desperta o desejo da mudança
o desejo de algo maior
que ainda não se conhece
então acontece
o mágico desconhecido

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

exagero

não quero mais do mesmo
quero o impossível
o indizíviel
invisível
queimar o gelo
esfriar o fogo
voar sem asas
amar sem mágoas
sorrisos sem fim
me perder de mim
mergulhar bem fundo
e não perder o fôlego
sonhar, sonhar, sonhar
um sonho tão bom
de não querer acordar
guardar tudo
numa caixinha
porque o exagero
não é desespero
e cabe em qualquer lugar
quando de verdade
sem maldade
de desejo quer brincar

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

inércia

no limite da razão
ando com pés fincados no chão
não me aventuro
sem asas
sem rodas
sem motor
só meu corpo me leva
não é medo
não é prisão
é só essa estranha limitação
minha mente parada
olha e não vê nada
nem sim e nem não
um vazio dentro da solidão
não é bom
não é ruim
não provoca sensação
é a inércia da vida
que pulsa devagar
sem nenhuma razão


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

novo ano

novo ano
abertura de mais um ciclo
paginas em branco
de um livro
a ser escrito
novas chances
recomeço
novo ano
nova pagina
novo tempo
nova  história