sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

miragem

aqui estou eu de novo
tentando me salvar de ti
sempre entro nesse jogo
não consigo fugir
me entrego mais uma vez
duas ou três
incontáveis ilusões
viagens sem conexões
miragem de amor
alucinação
só sede e imaginação


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fragmentos 9

Tudo que fiz foi por você, para você que sempre foi e sempre vai ser, e isso nunca ninguém vai entender, desisti de explicar, somar, multiplicar e dividir, caminhei sobre brasas, tomei banhos gelados, andei por vales sombrios e por desertos escaldantes e sobrevivi, estou aqui, não quero mais provas, não quero mais lamentações, eu busco a minha paz do meu jeito e já encontrei meu tesouro, agora quero viver, tampem os olhos e os ouvidos aqueles que não quiserem ver.






quarta-feira, 28 de novembro de 2012

liberdade

a liberdade
é minha maior riqueza
preciso respirar
se eu estou
é porque quero estar
se eu vou
é porque quero ir
minhas escolhas
são sinceras
sou como o vento
as vezes brisa
outras tempestade
vento venta liberdade


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

vício

tenho um vício incurável
o vício do amor
amo incodicionalmente
a mim, a ti e até os ausentes
amo por amar
amo por desejar
amo simplesmente
sem razão
sem questão
só por amar assim
displicentemente



tropeço

sou assim
esse exagero
não gosto do pouco
mas gosto de poucos
é tudo ou nada
o morno me enjoa
não vivo à toa
traço minha caminhada
não acabo antes
de chegar
no final da estrada
se tive começo
não desisto
por qualquer
tropeço








sexta-feira, 16 de novembro de 2012

fragmentos 8

A luz cega meus olhos, sinto só o cheiro do mundo, mas já percebo suas diferenças, a luz me cansa e queima minha pele, arde, mas eu suporto, as vezes até esqueço dela e sorrio, é preciso esquecer do que se foi, do que se é e do que se quer ser, nem que seja por instantes, flutuar no vazio, quase como uma pena que dança numa brisa mansa de primavera, voar sentindo o vento no rosto e aquela gostosa sensação de que tudo é possível, quando se pisa no chão volta tudo pro lugar, será?


terça-feira, 13 de novembro de 2012

fantasia

Nada me faz querer parar de viver, se não vivo de verdade, vivo na ilusão da minha fantasia, escrevo, invento, construo e destruo, vivo na alma de um escritor, leio e releio, risco e rabisco, ate desenho, canto uma música, danço e descanso, essa minha alma fantasiada é doce, é forte e é sonhadora, minha alma cheia de mim, de ti, de tudo que me afeta, respiro poesia e aspiro todo dia ser um poeta, que sonha livre, e sobrevive das coisas incompletas.


alma vazia


quem tem alma vazia
não enxerga no escuro
não se interessa
pelo que está atrás do muro
não arrisca e nem petisca
não descobre um outro caminho
não prova novos vinhos
não sai quase do lugar
tem medo de errar
não tem várias opções
não gosta de fortes emoções
prefere o previsível
não acredita no impossível
não devora livros
pois não têm o que alimentar
não faz novos amigos
prefere perder do que empatar
deixa a alma assim oca
esquece a criança
que um dia foi,
sozinha e perdida
no vazio de não achar 



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

fragamentos 7

Deixei todas as portas abertas para você entrar, no escuro tateava aquelas paredes marcadas pelo tempo que me diziam que ainda havia ali vida a pulsar, os vestígios do tempo não enganam e conseguem ser maravilhosamente lindos e docemente sutis, tirei o véu que cobria a janela e deixei o luar entrar, lua cheia invade o coração de quem sabe amar, nua sob aquela luz te esperei, o vento começou então a sobrar e cantou uma canção que me fez chorar, não, você não entrou, mesmo com as portas abertas, mesmo com aquele luar, então adormeci pra nunca mais acordar.


sobrevivemos

sobrevivemos
ao caos
a tempestades
as tardes
de muito sol
a chuva fina
ao vento quente
aos amores ardentes
as ilusões das paixões
sobrevivemos a nós
aos dias e as noites
as longas madrugadas
somos mutantes
andamos com o tempo
daqui a pouco é agora
o hoje será ontem
e amanhã
não será mais depois


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

pensamento

queria pensar baixinho
não consigo
grito por dentro
grito que explode
grito que ecoa
igual pássaro preso
se descuidar
cria asas
foge
livre
voa




terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sorte ou desapego

Até andando por caminhos errados sempre consigo encontrar coisas boas, não sei se por sorte ou por desapego, meu coração está sempre aberto ao mundo e minha cabeça a ideias novas, aceito mudar de direção e trilhar caminhos diferentes, me sinto como uma criança, aquela que com quatro anos esperava ansiosa pelo papai noel na sala de estar dos meus avós, quando acreditar em papai noel ainda não era crime (sem entrar no mérito político-social por favor), hoje em dia a vida anda dura demais, falta muita poesia e os sonhos são quase todos superficiais, pessoas com brilho no olhar e fome de viver são raras e interessantes, mas existem, sonhar ainda não é proibido e viver é ter objetivos a alcançar, então sigo na sala de estar com os olhos brilhando e o coração disparado, esperando o meu "papai noel" entrar, só que se ele não vier eu vou até o polo norte buscar.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

teu

quando te reconheci
prontamente me rendi
a teus encantos
que tantos
aquilo que a poucos
é reservado
tinhas de sobra
encantos que nunca
desencantos
enquanto tu
enquanto eu
papel e caneta


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Fragmentos 6

Sim eu sento e espero, melhor que desespero, tenho paciência porque acredito em mim, meu sentir nunca mente, imaginar já é sem razão, é invenção, ilusão, diversão, nos meus quereres impossíveis tu habitas, diferente eu te construou, no meu mundo sou Deus, melhor, tua deusa e tu meu maior e melhor pecado, amarga delícia viver só de pensamentos, melhor ser, nem que seja assim, só pra mim.


domingo, 21 de outubro de 2012

verdades

não me venha
com meias verdades
pra me ganhar
tens que se despir
mostrar quem é
sem nenhum jogo
não me bastam
belas palavras
sem máscara
sem nada
tens que sentir
tocar meu coração
tirar minha razão
meus pés do chão
pode ser
o que quiser
desde que seja
de carne e osso
pele e coração
seja o que se é
pois no mundo
está faltando emoção
profundidade
olho no olho
intensidades
pra me ganhar
tens que descobrir
também
minhas verdades
despir meu corpo
minha alma
sem medo
sem vaidade




terça-feira, 16 de outubro de 2012

Reencontros

Umas das coisas mais encantadoras dessa vida são os reencontros inesperados, ver que depois de muito tempo nos olhamos e temos muitas coisas parecidas, afinidades e sonhos, que a vida tem alguma magia sim, e nada é por acaso, que os encontros nem sempre acabam em despedidas e aquela famosa segunda chance existe enquanto se esta vivo, então tudo pode ser novo de novo, afinal o sol brilha lá fora e depois de toda noite existe um novo dia!


terça-feira, 9 de outubro de 2012

nada

muito barulho
pra nada
fala, fala, fala
não se traduz
uma palavra
não deixa
rastro
cheiro
pele arrepiada
melhor a surpresa
do silêncio
do que música
mal tocada


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

meu céu

ontem invadi teu quatro
invadi sem pedir licença
estava cheio de rosas
no teto brilhavam estrelas
senti saudades
do teu cheiro agridoce
da tua pele salgada
da tua língua molhada
queria teus braços
sentir tua mão
em mim pousada
sentir-me por ti
novamente desejada
tão qual a primeira
e a útima parada
sim paramos o mundo
por alguns segundos
e no meu céu
surgiram estrelas
que agora estão
apagadas




terça-feira, 2 de outubro de 2012

brincadeira

felicidade tem cheiro
tristeza tem cor
tesão tem sabor
saudade dor
paixão ilusão
amizade coração
ciúme cegueira
medo solidão
preguiça sono
inveja ingratidão
despedida tem frio
encontro calor
sorrisos são abraços
abraços amassos
beijos tiram pedaços
as vezes não
agora
amor é amor
ai de quem disser que não!






quinta-feira, 27 de setembro de 2012

o amor não tem coração

o amor não tem coração
e por falar em amor
é bom avisar
ele nunca chega
pra ficar
entra sem bater
se esparrama no sofá
de pernas pro ar
abre a geladeira
come tudo que vê por lá
bangunça a casa inteira
tira a mobília do lugar
coloca suas músicas
nos faz até gostar
conta suas histórias
olha no olho
beija na boca
faz planos
e  muitas vezes
nos leva
até um altar
ordinário
um dia se cansa
do nada
resolve mudar
sai sem bater a porta
nos deixa ali
com a cabeça
pra arrumar
e os cacos pra juntar
o amor é vulgar


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Templo

teu corpo
é meu templo
nele exerço
meu ritual pagão
minha deusa
contemplo
meus diabos
expulso a tempo
de não deixar o amor
se perder em vão
abasteço meu espírito
que inquieto
sempre te fascina
teu corpo me alucina
somos pecado e perdão

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

finjo

finjo não te querer
finjo pra mim
melhor assim
esse não querer
disfarçado
bem encenado
é uma trégua
alivia meu coração
esfria meu corpo
me enche
de razão



segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Fragmentos 5

Em busca de alguma paz tentava te apagar do meu corpo, esquecer teu gosto, expulsar da memória teu rosto na hora sublime do amor. Chega um momento que não se pode mais voltar atrás, o que está feito está feito, tanto o bem, quanto o mal, se é que existe este paradoxo quando se trata de amor. Somos subjugados ao tempo e ao destino, não nos pertencemos mais, não enxergamos quando queremos, somente quando podemos e ainda assim, muitas vezes, preferimos o conforto da cegueira, a doce ignorância, o falso ser, mesmo que isso não seja mais tão excitante. A angústia que nos persegue, a distância física, nosso amor lacônico, onde iremos parar? Ou melhor, quando iremos enxergar, eu não tenho medo da luz, mas da sombra que ela pode mostrar.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

sobrevida

meu mundo
agora é só meu
não compratilho
meu sagrado
nem meu pecado
você pra mim
morreu
estranha morte viva
mas é assim
quem tem sorte
ainda tem
sobrevida



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

fragmentos 4

Acordou sem abrir os olhos, ouviu o barulho da chuva que caía ritmada lá fora, uma sinfonia da natureza, pensou no que teria que enfrentar ao levantar da cama e continuou com os olhos cerrados, talvez se isso fosse um pesadelo não precisaria acordar, a realidade gritou ao som do despertador, os olhos teimosos não obedeciam, embaçados enxergavam vultos, pelo menos eles me entendem...sorriu, imaginou se cada um de seus sentidos tivesse vontade própria como seus olhos agora, certamente os ouvidos só ouviriam belas musicas e lindas palavras, sua língua lamberia coisas saborosas e sorveria beijos intensos, seu nariz procuraria por cheiros dos melhores perfumes, flores e aromas e sua pele por carícias, mãos macias e toques de seda, mas infelizmente somos de alguma forma escravos, os olhos começaram a obedecer, ou simplesmente a cumprir sua função, então ligou o piloto automático da vida pois também precisava cumprir a sua, foi tomar uma ducha, teria que enfrentar o mundo, um banho de água fria sempre ajuda a colocar os pés no chão, a chuva continuava sua sinfonia.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

setembro

estou aqui
sobrevivi a mais um agosto
entre morto e feridos
lamentos e gemidos
estou com os dois pés
fincados em setembro
que venha o sol
que venham as flores
que venha a primavera
amo o cheiro de esperança
que brota dela

Primavera -Botticelli



Publicação ZH - 05/09/2012


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

vazio

cansei de fazer as mesmas  perguntas
e não obter nenhuma resposta
cansei de bater na mesma porta
de chegar no céu e cair das nuvens
de provar o amor vazio
das tuas palavras
de chegar sempre na hora errada
tentar decifrar teus beijos
e não entender nada
de buscar nos teus olhos os meus
e me perder na sombra da tua alma
meu coracão está frio
bate devagar querendo parar
cansou de esperar
o amor é uma sinfonia
de notas acordadas
não se faz poesia sem palavras
não se ama sozinho
amor é palavra conjugada



sexta-feira, 31 de agosto de 2012

desamar

eu desamei
só pelo desprazer
de amar e errar
desamei
antes de amar
assim criei
um antídoto
do amor
uma formula mágica
atitude
dissabor
desamar é tão leve
que me faz flutuar
querer mais e mais
desamar
pra depois
quem sabe
quando esquecer
do amor
de novo AMAR

Cathy Delanssay



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Saudade de parabéns

É difícil perder, perder pra sempre então é devastador, ainda mais quando se trata desse tipo de amor, tem dias marcantes, como hoje, como o natal, como o meu próprio aniversário, como o dia da partida, um vazio grande no peito, não tem jeito, remédio ou qualquer outra alegria que cure esta dor. Pensei então no que eu fazia nesse dia, teu prato favorito, um vinho bom e um presente confortável, quem sabe  poderia continuar a fazê-lo, pois acostumada estava, sair para comprar o bacalhau e o vinho, preparar o prato, arrumar a mesa, acender as velas, e comemorar, porque tu deves estar em algum lugar, pelo menos em mim e no meu coração pra sempre estará, e o presente, ah o presente, dessa vez esqueci de comprar, talvez ano que vem eu troque essas lágrimas pelo meu melhor sorriso, um dia com certeza eu chego lá!


terça-feira, 28 de agosto de 2012

sendo

prefiro o ser
ao não ser
fazer
ao não fazer
viver
ao nunca saber
mergulho fundo
não morro na praia
nado ate o paraíso
sou eu inteira
sempre verdade
metade não me cabe
me afogo
me jogo
mas sempre caio de pé


sábado, 25 de agosto de 2012

pouco

Nada melhor que um banho gelado para apagar febre de amor, não há desejo que resista ao frio, ao vazio, à falta de calor, a indiferença é inimiga dos amantes e da arte do amor.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

fragmentos 3

Ela só queria voar, não entendia porque não possuía asas se o desejo de tê-las era imenso, nunca deveríamos desejar o impossível. A condição humana às vezes parece tão medíocre quando olhamos para nós mesmos, quando conversamos com nossa alma e descobrimos o quão grande e sonhadora ela pode ser, nossa alma quer sempre mais do que nossa limitação mortal pode dar, poderia então existir um botão de pause quando as ideias mais absurdas surgissem em nossa mente, afinal qual o sentido de sonhar e desejar se não nascemos com asas para voar.


terça-feira, 21 de agosto de 2012

ás vezes parece amor
outras solidão
tua promessa
nunca concreta
penso em fugir
parar de sentir
sucumbir
ao não existir
voce então aparece
de novo me aquece
me coloca em brasa
mas logo depois
escorre pelas mãos
esfria meu corpo
derruba meu coração
parecendo amor
volta a solidão
ciclo sem fim
teu eu
não sai de mim




sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Fragmentos 2

Dormiu como dormem os anjos, de olhos abertos, a única diferença era o coração aflito e alguns pecados se é que pecados e anjos existem, a dúvida é nosso grande desafio! Dormiu pensando em nunca mais acordar, mesmo com os olhos abertos tinha a sensação de não estar neste mundo, aquilo já era um conforto. Pensando novamente nos anjos sentiu compaixão, o coração ainda aflito bateu mais forte procurando o amor, corações aflitos sempre estão atras de um consolo, em busca de um anjo, mesmo que este não exista, talvez seja mais fácil existir pecado que anjo e anjo que amor, mas nunca amor sem dor! Fechou os olhos e acordou.

Sylvia Ji

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

escravo

tua onipresença
escraviza meus sentidos
escravidão voluntária
me entrego
a esse cárcere
por prazer
pra te ter
a qualquer hora
mesmo que em pensamento
mesmo que nunca
mesmo com demora
escravidão sem alforria
onipresente ausente



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

off line

quero contatos
intensos
nao virtuais
olhar no olho
beijar na boca
sentir o cheiro
e tudo mais
chega da distancia
do frio
do teclar
quero a voz
o calor
o barulho do amor
quero sentir
como antigamente
registrar o presente
no olhar
no corpo
o gosto
do real sabor

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

metamorfose

então decidiu mudar
usar outra roupa
outra maquiagem
outra voz
produzir uma nova imagem
resolveu se experimentar
de outra forma
em outro lugar
mudou o jeito de falar
de caminhar
de sorrir e chorar
olhou pra outro lado
caminhou em outra direcao
e nessa metamorfose
se perdeu
para conseguir
se encontrar

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

rima imperfeita

sou poesia
mais emoção que razão
o absurdo
inteira e verdadeira
sorriso e lágrima
palavra dita
na hora errada
silêncio constrangedor
aquilo que incomoda
ou causa fulgor
exata e abstrata
uma equação quadrada
mas sou, sempre sou
nunca invisível
doce ou salgada
sou o que sou
tudo ou nada
e a mim, ainda assim
não basta

terça-feira, 31 de julho de 2012

a tempo

contra a vontade
desisti a tempo
não por medo
tampouco
por não valer a pena
somente preservei
o doce que me restou
decidi guardar
um resto
de quase nada
minhas pequenas loucuras
sempre me salvam
só erram o alvo
quando tratam de ti

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Fragmentos

Não sei se porque era domingo, pelo frio ou pela breve chegada de agosto, sei que a saudade era grande e a dor latejante. Dormi pra poder te encontrar pelo menos nos meu sonhos e lá te achei por instantes confusos porém marcantes, acordei, lembrei e te perdi de novo.
Parece que vivo incompleta, pintei mais os olhos, nada como uma boa maquiagem para disfarçar a tristeza e realçar a beleza que brota dela, mas uma coisa é certa, saudade é um sentimento que perdura e não tem cura!

terça-feira, 24 de julho de 2012

te

meu som não é claro
pra teus ouvidos
nem minhas palavras
doces pro teu paladar
meu gosto, talvez ácido
te desagrade
meu corpo quente
encosta em ti
e arde
mesmo assim
te desejo
mas que o final
de cada tarde
mais que a noite
mais que o dia
mais que minha própria
e infinita vontade

voando

vou cruzar o mundo
em um segundo
voar contra o tempo
me perder
em pensamentos
dissolvo o indissolúvel
caminho só e acompanhada
minha alma
não tem morada
ando solta na estrada
pedra que rola
chuva que molha
fogo que nunca
apaga

segunda-feira, 23 de julho de 2012

urgente

preciso urgente
de uma nova paixão
algo que tire
meus pés do chão
me faça voar
sair do lugar
quem sabe
uma nova invenção
um doce
uma música
livro ou situação
uma roupa
que cole no corpo
com precisão
tatuagens de amor
algum novo sabor
preciso urgente
de uma nova razão
reinventar a vida
um novo caminho
mudar a direção

terça-feira, 17 de julho de 2012

fuga

eu fugi de casa
sem abrir a porta
mergulhei n'outro mundo
pra esquecer o meu
passei então
a não ser
e sim,  estar
morei no vazio
não queria nada
aceitava tudo
como um fantoche
o choro era falso
o sorriso também
nua de alma
estranhamente confortável
vaguei por muito tempo
nesse doce nada
foi então
que a tempestade chegou
despertou meu ser
agora ando por aí
choro por qualquer coisa
dou muita risada
reconstruo  meu mundo
mesmo que a porta
ainda esteja fechada

quinta-feira, 5 de julho de 2012

tarja preta

trágica
mágica
nunca básica
TARJA PRETA
pra degustar
só com amor
paixão
tesão
prescrição
e receita

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Ela

chegou
de repente
despertou
acendeu
incendiou
os sentidos
o cheiro
o doce
o sabor
a pele macia
a voz
melodia
suave
nos olhos
ardor

terça-feira, 3 de julho de 2012

jim

e assim ele voltou
do nada
resolveu chegar
bateu na porta
deixei entrar
invadiu, bagunçou
deixou tudo fora de lugar
quando acordei
de novo
já tinho ido
voou pra longe
depois de me fazer voar

segunda-feira, 2 de julho de 2012

sonho

por um segundo
senti vontade
de me jogar
nos braços dela
achando que era
minha salvação
se fosse, por certo
seus braços
abraçariam o mundo
então sonhei
sonhei como se sonha
acordada e com gosto
sem desgosto
com água e sal
sonho forte
sonhe de quem ama a vida
e acredita na sorte