segunda-feira, 10 de setembro de 2012

fragmentos 4

Acordou sem abrir os olhos, ouviu o barulho da chuva que caía ritmada lá fora, uma sinfonia da natureza, pensou no que teria que enfrentar ao levantar da cama e continuou com os olhos cerrados, talvez se isso fosse um pesadelo não precisaria acordar, a realidade gritou ao som do despertador, os olhos teimosos não obedeciam, embaçados enxergavam vultos, pelo menos eles me entendem...sorriu, imaginou se cada um de seus sentidos tivesse vontade própria como seus olhos agora, certamente os ouvidos só ouviriam belas musicas e lindas palavras, sua língua lamberia coisas saborosas e sorveria beijos intensos, seu nariz procuraria por cheiros dos melhores perfumes, flores e aromas e sua pele por carícias, mãos macias e toques de seda, mas infelizmente somos de alguma forma escravos, os olhos começaram a obedecer, ou simplesmente a cumprir sua função, então ligou o piloto automático da vida pois também precisava cumprir a sua, foi tomar uma ducha, teria que enfrentar o mundo, um banho de água fria sempre ajuda a colocar os pés no chão, a chuva continuava sua sinfonia.