domingo, 12 de fevereiro de 2012

A hora

Seres humanos tem dificuldade de encarar a morte mesmo sendo esta a única coisa certa da vida. Irônico não?
Quando alguém parte é como se ela apontasse o dedo na nossa cara dizendo: é isso aí meu amigo, seu dia também vai chegar!
As reações são diversas, uns riem e fazem piadas, talvez uma tentativa desesperada de driblar o fatal encontro, outros choram, se apavoram, outros fingem não ver, mas no fim das contas todos lá no fundo são afetados de alguma forma pela sua inesperada ou esperada presença.
Quando ídolos ou pessoas famosas chegam na sua hora o impacto é diferente e muitos ficam sem entender, afinal como pessoas tão inatingíveis se transformam em simples mortais? A morte realmente não perdoa.
Cazuza disse uma frase que muito me marcou: "Eu vi a cara da morte e ela estava viva", sim ela vive, vida e morte se fundem.
Eu particularmente também não sei lidar bem com essas partidas sem prévio aviso, viagens sem volta, o nunca mais falar e nem mais ver me apavora e não tem nada pior do que sentir essa saudade eterna.
Caminhamos ao encontro da morte e todos os dias tentamos desviar nosso pensamento do óbvio da vida, melhor assim, este deve ser um dos motivos da nossa eterna busca por algo que nem sabemos direito o que é, o que nos move e faz ir em frente.
Um brinde à vida, que ela seja cheia de momentos de alegria, que existam mais chegadas do que partidas e que quando nossa hora chegar, possamos olhar para trás e ver que valeu a pena viver.