domingo, 26 de junho de 2011

Imperfeição

Desculpa se cometo erros.
Juro não ser minha intenção.
É que sou acometida de um mal.
O da Imperfeição.

E desse mal não pretendo tão cedo me livrar.
Pois é ele que me move e me faz andar.
Me faz querer sempre aprender e tentar.
E quem sabe um dia...nunca mais errar.

Mas como são tantos os desacertos, tanto a aprender.
Assim quero permanecer.
E imperfeita para sempre ser.
A perfeição é um pesado fardo.
E este não estou disposta a levar.

Nem pensar! Imagina nunca errar?
Estar sempre a se vigiar.
Estar sempre a se criticar.
Desculpa mais uma vez
Se meu criador perfeita não me fez.

Não deve ter sido ao acaso, algum plano traçou.
Aquele velho sabe o que faz.
Então me deu a curiosidade e o amor.
Talvez para nunca desacreditar.
E no meu caminho confiar.

E apesar da minha rebeldia, a ele não vou contrariar.
E aqui na imperfeição feliz vou ficar.
Pois da vida o que levamos é o saber.
E viver na imperfeição, é buscar sempre melhor SER.

The Bleeding Roses, 1930 - Salvador Dalí