quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quando a cidade adormece

A cidade adormece devagar...
Sem a gente quase notar.
Como uma bateria prestes a acabar.
Como um coração prestes a parar.

Quando se vê está tudo quieto, tudo manso.
O trânsito quase parado, o barulho quase calado, as esquinas vazias.
Poucas pessoas a caminhar.
É o momento da contemplação do silêncio urbano.

Existem os que insistem em não deixá-la dormir.
Com medo talvez dela sucumbir e para sempre parar.
Parar e nunca mais acordar.
E num sono profundo mergulhar.

Mas improvável que isso aconteça.
Pois a cidade mesmo que adormeça.
No outro dia com o sol desperta e logo fica alerta.
Pulsante e barulhenta, seguindo sua sina... sabendo que isso nunca termina.