quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desertos

Não durmo com a porta aberta.
Não tenho hora certa.
Nossas horas desiguais.
O que já foi para ti, para mim é o começo.
Nos perdemos no espaço.
No nosso tempo.
Um tempo que ninguém vê.
Ninguém sente.
Só pertence a mim e a ti.
Donos das nossas horas.
Horas incertas.
Às vezes desertas.
Desertas de amor.

Sebastião Salgado - Namíbia