domingo, 14 de agosto de 2011

Janela.

Da janela ela conseguia avistar um pedaço do rio.
Se sentia privilegiada.
Afinal, quantas pessoas conseguiam ver um rio?
Às vezes via os navios e barcos passando.
A tempestade chegando.
O sol se pondo e deixando tudo cor-de-rosa.
Uma pequena tela.
Onde podia observar a vida lá fora.
Os carros iam e viam.
Pessoas caminhavam.
Se perguntava qual o sentido daquilo.
De tudo ser como é.
Ela, o tempo, os outros.
Quem tinha escolhido seu personagem?

Observou o rio novamente...
Aquilo que para alguns era pouco.
Para ela era muito.
Quem se importa.
Ficou mais um pouco ali.
Pelo menos tinha o que contemplar.




Juan Gris , Janela Aberta, 1921